O primeiro abastecimento no quilômetro 463 revelou
o cheiro do látex queimado no asfalto.
Duas contas pagas no posto, com um cafezinho, e o
primeiro contato com os vivos fora do carro.
- O senhor sai ali na direita, no trevo, aí não
precisa ir lá na Serra não, corta caminho ali...
Seguimos a indicação, sob protestos do GPS.
Um som vago atrás de nós se aproximava.
Relincho de trilhos logo desarcortinaram o
mistério.
Um trem cargueiro, emparelhado, dava boa tarde.
“Lá vem o trem...”, surgiu a lembrança dalgum
texto...
Seguimos enamorados assim até que
O próximo entroncamento da BR promovesse o
desencontro.
E então os vagões rústicos perderam-se ao leste,
enquanto o trinar allegro
dos metais adormecia
lentamente.
Um silêncio na rodovia.
A placa indicando sinuosidade fez seu convite à
atenção.
Começamos a deslizar feito serpente,
entre os gradis da mão-dupla e os insetos que vez em
quando se estatelam no para-brisa.
quando se estatelam no para-brisa.
Uma surda pressão nos ouvidos lembrou-nos que
estávamos numa subida, e então vimos pela
angustura dos cerros os primeiros vales da terra
prometida.
- Que lindo!
Resolvemos parar ali para admirar a natureza:
Boa viagem!
Quem habita aquela casinha? |
A igrejinha azul convida os viajantes. |
A beleza e a solidão. |
Boa viagem!